29.8.10

Prata do Tempo - Letícia Wierzchowski

Quando pego um livro para ler, acontece todo um ritual. Nunca olho quantas páginas tem, não gosto de ler a orelha com medo de ler algo que crie algum tipo de preconceito que me atrapalhe a leitura. Passo um tempo analisando a capa do livro, respiro fundo e fecho os olhos um pouco antes de abri-los novamente para a primeira linha.


Dramático não? Sim! Mas é exatamente assim: eu vivo o drama, eu sinto o drama, eu rio e choro, sofro, brigo, dou gargalhadas. Eu viajo, conheço o mundo, conheço amores, conheço vidas.


Talvez por estar numa fase mais circunspecta, talvez pela quantidade de livros lidos, talvez pelos comentários à respeito... Quando Prata do Tempo chegou eu me retraí. Já tinham sido 8 livros no mês e eu precisava de um livro que me arrebatasse. Que me tirasse de casa e me fizesse viver uma história que não era a minha, que me desse um outro foco.


Durante 2 noites, as 350 páginas me levaram para uma casa de 1000 portas que abrigou as histórias de amores com princípio, meio e fim de diversas gerações de uma família. O ardor da narrativa e e ênfase das comparações com um certo “quê” de Garcia Marquez me deixam agora, que acabo de fechar o livro, com uma espécie de melancolia, uma saudade de algo que ainda não vi,


Outro livro nota 10 para o ano.

2 comentários:

Isabel Dasp disse...

Cris, eu acho que todos nós, leitores assíduos temos as nossas 'superstições' e hábitos... O meu é dobrar a ponta da página, mesmo tendo uma coleção grande de marcadores de livros. E eu sempre leio as dobras(orelhas)!!! (kakakaka) Mas me nego ver a quantidade de páginas, por receio de não conseguir ler até o final!!!
Também fico com essa saudade do que não vivi, ou daquela história... Dos personagens, nos livros do Erico até hoje, tenho a nítida sensação de ter vivido um pouco com os personagens... E a visualização das cenas que o autor descreve (em qualquer livro) é tão sensacional que me assusto, como ficamos tão próximos (nós, leitores) da história. Mágico e surreal!!!
Sinceramente, tenho uma certa implicância com essa escritora, porque tomei as dores pelo Erico Verissimo, na casa das sete mulheres, depois que ele fez o Tempo e o vento, acho que qualquer obra tradicionalista e histórica do meu estado tem um 'Q' de plágio, e vejo que ela também procura outras referências muito próximas em outros escritores.
O engraçado, é que ambos eu gosto e muito, mas detesto quando a pessoa escreve, sem ter a sua própria identidade.
Mas um dia posso mudar de opinião, lendo algum livro dela... Minha opinião na verdade (e assumo) é puro preconceito ... E lembrei que li um livrinho dela que é amor.com do qual ela conta a história de amor, dela e do marido, trilhada por emails. (E até gostei).

Cris disse...

Bel, esse foi meu primeiro livro dela e, até então, nunca tinha ouvido falar dela. Mas eu te entendo perfeitamente, também tenho meus preconceitos