23.9.10

A Mulher-Gorila e outros demônios - José Rezende Jr.


Tenho a impressão que voltei no tempo. Lembro de mim, garotinha da capital estreando na vida do interior, encolhida entre a grade de segurança e a cortina de saída do trailler. Ali estava por ser curiosa. Ale me deixavam por ser filha de “autoridade” - ‘faremos tudo que seu mestre mandar? Faremos todos! ‘ - mesmo que ‘seu mestre’ não mandasse nada.

“Essa é Monga, a incrível mulher-gorila. Ela se MOVIMENTA, mostrando que é viva e real”

A entonação da voz mutante do narrador do espetáculo se mistura com a voz cadenciada de Dona Filó da esquina, que hoje, quando me vê, repete para quem quiser ouvir: “ vô acendê umas vela que é procê arrumá um marido rápido”. Também ouço o canto triste de Adriana Lúcia pendurando roupa e as histórias da minha tia que tem uma amiga cujo marido fez alguma coisa relativa ao assunto em questão - independente de qual for o assunto.

“Calma Monga! Não! Não faça isso Monga... Monga... Meu Deus!”

Me encolho mais para não ser atropelada pelo público assustado, e ainda assim consigo olhar no fundo dos seus olhos de gorila. Eu descobri o segredo e agora estamosaqui, eu e Monga, de volta à Minas, sem muita diferença entre o antes e o agora.

Uma seleção de contos com o mais gostoso estilo mineiro. Parabéns José Rezende pelo poder de nos fazer viajar!

2.9.10

Romeu e Julieta - William Shakespeare



 Talvez, essa seria a única história, conhecida mundialmente, que não precisasse de um resumo. Quem não conhece, a história de amor, mais célebre de todos os tempos? A briga de família, tragicamente consciliada por um amor impossível, regado a sangue e juras de amor.
Quando tentei ler, aos meus 16 anos, não entendia, que essa leitura,  a chave dela, e por não entender e nem conseguir de  sair da página 3, seria exatamente o que agora me fez ler até a última página, a linguagem metafórica e romântica. Cada diálogo, é uma poesia, por mais simples que possa parecer, e não ousaria em dizer, "uma dança, com as palavras".
Clássico, dos clássicos, merecidamente por estar entre eles.