23.11.10

Comer Rezar Amar - Elizabeth Gilbert

Depois de 2 semanas de sol no interior do interior, um pos-carnaval conturbado, uma terca de depre, uma semana empurrada, 2 livros terminados, varias fotos devidamente “ scraptadas” , as contas por pagar, chegou o domingo: rede e livro novo.

Como assim? A 'dona' esta contando minha vida no livro? A historia de uma garota na faixa dos 30, em crise existencial, que acabou um relacionamento conturbadamente e se mudou.

Ok, agora que escrevi isso me senti ridicula. Essa e a historia de qualquer mortal em algum momento na vida, para não dizer em varios momentos da vida: Fins de relacionamentos são sempre conturbados, por mais amigaveis que sejam e isso sempre gera uma crise existencial e consequentemente, mudancas.

Sendo assim, como perdi meu assunto principal, mudo um pouco o foco. Estranho como historias pessoais se repetem e como na maioria das vezes, as pessoas reagem da mesma forma, sempre, em qualquer lugar do mundo. Final de relacionamentos? Chorar, comer, rezar e amar de novo, nem que seja para esquecer o dito anterior.

A 'dona' do livro foi comer na Italia, eu me contentei com minha cama, um cobertor e um pote de Haagen Dazs. Ela foi para a India rezar, eu fui para a Igreja de Santa Rita, no alto do bairro São Pedro. A preguica e meu desnorteamento local ainda não me permitiram conhecer a paroquia da minha santinha na capital paulista entao, de novo, me contento com minha cama e a imagem que ganhei da minha mae. Ela foi para a Indonesia amar... eu... bom, eu continho ma minha cama com a Santa Rita ao lado (o pote de Haagen Dazs acabou), esperando o tal do amor, aquele mesmo que não chega “na hora marcada, assim como as cancoes, as paixoes e as palavras”.

Vou ali... ainda estou na Italia com a 'dona'.


(Opinião escrita em 19/02/2008)

13.11.10

comer, rezar, amar - elizabeth gilbert

eu sempre preferi ler antes de ver, mas com "comer, rezar, amar" foi diferente. eu já tinha ouvido falar desse livro, que era um best-seller, mas eu não costumo ler os indicados pela Times. aí, o filme chegou em Belém e é com a julia roberts, que eu adoro!!!!! fui correndo ver e adorei. comprei o livro e não me arrependi.
a história da liz podia ser a história da minha vida, a história de nossas vidas. chega um momento em que tudo parece perdido e confuso e você precisa fazer alguma coisa pra não ser engolida pelo buraco negro. então, a liz fez o que eu gostaria de fazer nesses momentos: viajou.
ela foi pra roma, índia e bali. conheceu o prazer da boa comida, o prazer de encontrar deus e o prazer de conhecer um grande amor. tudo isso dentro de 1 ano. ahhhh que inveja!!!!!!!!
mesmo não podendo fazer o que a liz fez, fico feliz por aproveitar um pedacinho das descobertas dela, através da leitura desse livro, que aliás, recomendo.
comer, rezar, amar proporciona uma ida pra dentro de si mesmo e é muito bom olhar para dentro e perceber que gosta do que está vendo. alcançar isso pode ser difícil e demorado, mas vale a pena. e por isso esse é o meu objetivo: olhar pra dentro de mim mesma e sorrir pelo que eu estiver vendo...

6.11.10

Sidarta - Hermann Hesse




Livro que faz pensar - quase uma alto-ajuda, se isso já existisse na época de sua publicação. Um homem em busca de seu próprio EU. Muitos ensinamentos e tópicos para se filosofar sozinho ou em grupo, mas a leitura pode se tornar um pouco monótona.

Me lembrou O Alquimista de Paulo Coelho ou Cândido e o Otimismo, de Voltaire - guardadas as devidas proporções dos estilos literários de cada autor.

23.9.10

A Mulher-Gorila e outros demônios - José Rezende Jr.


Tenho a impressão que voltei no tempo. Lembro de mim, garotinha da capital estreando na vida do interior, encolhida entre a grade de segurança e a cortina de saída do trailler. Ali estava por ser curiosa. Ale me deixavam por ser filha de “autoridade” - ‘faremos tudo que seu mestre mandar? Faremos todos! ‘ - mesmo que ‘seu mestre’ não mandasse nada.

“Essa é Monga, a incrível mulher-gorila. Ela se MOVIMENTA, mostrando que é viva e real”

A entonação da voz mutante do narrador do espetáculo se mistura com a voz cadenciada de Dona Filó da esquina, que hoje, quando me vê, repete para quem quiser ouvir: “ vô acendê umas vela que é procê arrumá um marido rápido”. Também ouço o canto triste de Adriana Lúcia pendurando roupa e as histórias da minha tia que tem uma amiga cujo marido fez alguma coisa relativa ao assunto em questão - independente de qual for o assunto.

“Calma Monga! Não! Não faça isso Monga... Monga... Meu Deus!”

Me encolho mais para não ser atropelada pelo público assustado, e ainda assim consigo olhar no fundo dos seus olhos de gorila. Eu descobri o segredo e agora estamosaqui, eu e Monga, de volta à Minas, sem muita diferença entre o antes e o agora.

Uma seleção de contos com o mais gostoso estilo mineiro. Parabéns José Rezende pelo poder de nos fazer viajar!

2.9.10

Romeu e Julieta - William Shakespeare



 Talvez, essa seria a única história, conhecida mundialmente, que não precisasse de um resumo. Quem não conhece, a história de amor, mais célebre de todos os tempos? A briga de família, tragicamente consciliada por um amor impossível, regado a sangue e juras de amor.
Quando tentei ler, aos meus 16 anos, não entendia, que essa leitura,  a chave dela, e por não entender e nem conseguir de  sair da página 3, seria exatamente o que agora me fez ler até a última página, a linguagem metafórica e romântica. Cada diálogo, é uma poesia, por mais simples que possa parecer, e não ousaria em dizer, "uma dança, com as palavras".
Clássico, dos clássicos, merecidamente por estar entre eles.

29.8.10

Prata do Tempo - Letícia Wierzchowski

Quando pego um livro para ler, acontece todo um ritual. Nunca olho quantas páginas tem, não gosto de ler a orelha com medo de ler algo que crie algum tipo de preconceito que me atrapalhe a leitura. Passo um tempo analisando a capa do livro, respiro fundo e fecho os olhos um pouco antes de abri-los novamente para a primeira linha.


Dramático não? Sim! Mas é exatamente assim: eu vivo o drama, eu sinto o drama, eu rio e choro, sofro, brigo, dou gargalhadas. Eu viajo, conheço o mundo, conheço amores, conheço vidas.


Talvez por estar numa fase mais circunspecta, talvez pela quantidade de livros lidos, talvez pelos comentários à respeito... Quando Prata do Tempo chegou eu me retraí. Já tinham sido 8 livros no mês e eu precisava de um livro que me arrebatasse. Que me tirasse de casa e me fizesse viver uma história que não era a minha, que me desse um outro foco.


Durante 2 noites, as 350 páginas me levaram para uma casa de 1000 portas que abrigou as histórias de amores com princípio, meio e fim de diversas gerações de uma família. O ardor da narrativa e e ênfase das comparações com um certo “quê” de Garcia Marquez me deixam agora, que acabo de fechar o livro, com uma espécie de melancolia, uma saudade de algo que ainda não vi,


Outro livro nota 10 para o ano.

26.8.10

A Volta do Parafuso - Henry James



Como explicar? Eu gostei de LER o livro, mas não gostei do livro.


Ele chegou até mim como sendo um livro de mistério e eu, que esperava um livro policial, me deparei com uma espécie branda de terror psicológico. Justo eu que não gosto nem de terror, nem de “psicológicos”.


Sim, eu li até o final com aquela curiosidade natural de se conhecer o fim - fim esse que mesmo lido, não foi conhecido - ou compreendido - o que é mais provável. Li com desinteresse, devo confessar.


Reconheço a originalidade do roteiro principalmente quando se leva em conta a época em que foi escrito. E para sorte do autor, descobri que minha opinião é apenas parte de uma minoria: o livro foi parar em Hollywood e se tornou o clássico “Os Inocentes”.

24.8.10

CHEGA DE SAUDADE - A HISTÓRIA E AS HISTÓRIAS DA BOSSA NOVA - RUY CASTRO.



Normalmente se diz, que antes deve-ser ler o livro e depois o filme não é? Pois para o livro que conta às histórias e a história da bossa nova, tem que se pelo menos conhecer as principais músicas que fizeram desse movimento, uma das maiores manifestações musicais e de comportamento no Brasil.
No dia  13 de dezembro de 2002, sei lá porque, entrei numa livraria e decidida a comprar “Ela é Carioca” do Ruy Casto, um dicionário sobre Bossa Nova. Na pesquisa do livro, me deparei na estante com “Chega de Saudade”, do mesmo autor. Comprei na hora, e deixei por algum tempo, na prateleira de casa, esperando, esse momento sublime, da leitura.
Quando se fala em Bossa Nova, lembra-se automaticamente de Vinicius de Moraes, Tom Jobim e João Gilberto. O que não se sabe é que por trás deles vem uma turma enorme de músicos, alguns deles tristemente esquecidos, mas lembrados no mundo inteiro.
Uma geração, que se encontrou e deu uma ‘cara’ nova para a música e o cenário de um país, que só era lembrado pelo Zé-Carioca, e as bananas e abacaxis de Carmem Miranda.
O encontro dessa turma, com Tom, Vinicius e João Gilberto, não seria uma simples casualidade do destino, mas uma força maior, divina é claro, mas também uma forma de dar idéia nova dos boleros tristes e melancólicos que antes eram escutados.
Desde do primeiro disco, com Elizete Cardoso, onde se pode constar à batida da bossa nova (criada por João Gilberto) e a música e as letras de Newton Mendonça, Tom Jobim, Vinicius de Moraes, e os encontros musicais no apartamento de Nara Leão com Ronaldo Bôscoli, Menescal, Carlinhos Lyra, entre outros, tudo se foi encaminhando para uma harmonia de música, letra, otimismo, amor, simplicidade resultando numa sofisticação reconhecida no mundo inteiro (e escutada e vendida, mais lá fora do que aqui.).
A bossa nova foi muito mais que a “Garota de Ipanema”, estampou eslogans de refrigeradores, construções, e todo e qualquer coisa que desse (se é que possível) uma ‘roupagem’ BOSSA NOVA; Servindo até pro presidente da época Juscelino.
Sou suspeita em falar, num movimento e estilo musical do qual amo, mas acho que a Bossa Nova é algo além de ser ‘classudo’ e sofisticado, pode ser criado-recriado sempre. Não se limita só no violão e na batida de João Gilberto, e muito menos no piano de Tom Jobim. É algo que se pode misturar com todo tipo de ritmo, pode-se dar cara nova e altamente contemporânea como fez Cazuza em “Faz parte do meu show” ou regrado com um toque ou não de jazz por Norah Jones.
E por pouca, ou não sensibilidade de quem se quiser dar o prazer de escutar, o “Samba de uma nota-só”, “Chega de saudade” ou o “Samba-da benção” verá nas entrelinhas o que eu e tantos outros viram, a beleza simples e suave que permanecerá pra sempre.

PS.: Vou ficar louca de saudade da leitura desse livro, ma-ra-vi-lho-so!

15.8.10

O Caçador de Pipas - Khaled Hosseini



não sei porque demorei tanto tempo pra começar a ler esse livro. lembro que adorei o filme, que já vi há algum tempo. passava pelas livrarias e sempre via o livro laranja com uma pipa na capa,mas não me animava em comprar, e olha que nem era caro. mas, na última semana dessas férias eu fiz diferente. o livro estava lá e eu o comprei.
acredito que vocês já viram o filme, que é ótimo. mas o livro é 1000 vezes melhor. conta uma história de amizade, honra, coragem, lealdade e amor entre duas famílias, a de Hassan e a de Amir, que se descobre no final, são da mesma família.
confesso que fiquei indignada com a atitude de Amir, a de ficar parado, asssistindo seu amigo ser violentado. ele não fez nada pra ajudar, e se sentui tão culpado por isso que continuou cometendo erros que mudaram a sua vida e a de Hassan para sempre.
mas, depois de duas décadas, Amir teve a oportunidade de tornar-se bom de novo, e é aí que um covarde transformou-se no mais corajoso dos homens, porque ter coragem não significa não ter medo, mas significa fazer a coisa certa apesar de todo o medo que estiver sentindo.
o caçador de pipas é um livro para quem acredita em segundas chances, para quem quer se tornar bom de novo.
"Por você, faria isso mil vezes!"

27.7.10

DISCIPLINA LIMITE NA MEDIDA CERTA - Içami Tiba

Não gosto muito de livros de auto-ajuda, sempre com aquelas filosofias de que é possível ser feliz, com mil maneiras nada praticáveis.
Mas esse livro me chamou uma atenção, especial.
Hoje em dia muito se é discutido como devemos educar nossas crianças. Que limites devem dar a elas? A educação mudou muito nos últimos anos, e absolutamente toda a educação, desde o nome, e a organização dos colégios, como no ensino. Dada as novas tecnologias, e o pensamento humano, mais às famílias em sua formação, também mudaram de uma maneira acentuada. Encontramos, uma nova geração de crianças, que aos 2, 3,4 anos que já sabem mexer no computador. São espertos, e convivem com a televisão como babá. Sabem manipular o controle remoto do DVD, vivem mais dentro de casa, do que na rua (pela violência, que também cresceu), entram em escolinhas de educação infantil muito cedo, e os pais ambos a maioria trabalha. As gerações, que temos de 80 anos pra cá, e em cada infância de cada geração, sofreu uma mudança absurda. Os pais dos pais de hoje viveram numa era em que sofriam pelos seus avós uma educação totalmente repreensiva (autoritarismo total) por conseqüência seus filhos os pais de hoje, tiveram uma educação de liberdades, (seja amigo do seu filho!) E a geração atual (os pais de hoje) se perderam, não sabem mais o que é disciplina, responsabilidade, liberdade ou limite. Na escolinha, colégio, o professor dá uma orientação, o psicólogo dá outra orientação, e os avós, dão outra completamente diferente.
Eu sou mãe, de uma guriazinha de 4 anos, desde da minha "barriga", penso, nesse assunto, procurando um manual do certo e errado, e em busca dele, pequei tanto, que acabei no psicólogo, mas por educar demais.(mesclando todas essas filosofias de educação, óbvio que não chegava a lugar nenhum, nem eu e nem ela!).
Agora a nova discussão da nova lei sobre não bater, dar beliscões, e etc em crianças... O que a maioria da população é contra, pois foram educados por essas maneiras.
O livro do Içami Tiba é um guia, completo, para os pais, avós, responsáveis, e uns bons capítulos para os educadores. (Pois até os professores, coitados, não sabem mais como agir, diante daqueles alunos e PAIS!!!!! Que tratam aquela pessoa que está ensinando para o seu filho como mero, adquirente de serviços, e eles os clientes.).
Se a nossa economia cresce, hoje, precisamos de pessoas capazes para levar isso adiante, e nessa nova geração que se forma, serão os cidadãos do futuro, e se não houver uma intensificação do pensamento, que a disciplina dos nossos ‘serzinhos’ humanos, não vai adiantar de nada! O livro mostra com uma linguagem simples, explicações de crianças, que são mimadas, e como se tornam no futuro, no contra-ponto ele mostra também como moldar e o que fazer, para os pais e avós devem agir de uma  maneira correta. Mas antes de qualquer disciplina imposta aos filhos, devemos ver, que se os pais, avós, não tiverem a mesma postura, que tanto querem que os filhos sigam, não adianta pregar algo, que o não fazem, ou seja, os famosos dizeres: -Você é o exemplo!

26.7.10

Dia do Escritor - 25 de Julho

Parabéns, a todos os Escritores!


Dar asas ao pensamento e à criatividade, sendo capaz de transportar as pessoas para outros mundos e outras épocas. Transmitir informações, despertar o censo crítico, fazer aflorar emoções e formar opiniões. Cultivar o lado lúdico e ajudar a desenvolver o gosto pela escrita e pela leitura.


Estes são os papéis dos escritores, que hoje comemoram o seu dia. De forma profissional ou não, eles são pessoas que dedicam boa parte do tempo às letras, muitas vezes fazendo da escrita algo apaixonante e essencial em suas vidas.

"Tecnicamente, o escritor é uma pessoa que publica livros e tem uma relação direta com o ato de escrever. Porém, ser escritor é muito mais do que isso. Muitos escritores, assim como eu, fazem da literatura sua vida e não conseguem mais viver sem escrever. A grande maioria começa como leitores e acaba fazendo da leitura algo vital", diz o escritor catarinense Cristóvão Tezza, que há vários anos vive no Paraná e tem treze romances publicados.

Em um país em que as pessoas leem muito pouco, ser escritor também é um desafio. Segundo um levantamento do Instituto Pró-livro, o brasileiro lê, em média, 1,3 livro por ano. A quantidade é considerada bastante pequena. "Hoje, existem muitos projetos de incentivo à leitura, mas mesmo assim as pessoas leem pouco. Ao contrário do que se possa pensar, isso não deve ser encarado como um desestimulo aos escritores, mas sim como um desafio", afirma a escritora curitibana Adélia Maria Woellner, que tem dezenove obras lançadas.

Outro problema é relativo à publicação dos livros no Brasil. Na opinião do diretor da Editora Instituto Memória, da capital, Anthony Leahy, no País, escritores que não são famosos ou sensacionalistas acabam não tendo espaço ou ocupando as prateleiras mais baixas das livrarias. "Muitas vezes, se o escritor não é conhecido, acaba não sendo nem respondido pelas editoras. No Brasil, elas têm mais preocupação com as oportunidades mercadológicas do que com a construção de uma identidade cultural nacional".

O escritor e jornalista Ernani Buchmann - que é catarinense, mas mora há 51 anos em Curitiba, tendo nove obras lançadas -também atribui as dificuldades de lançamento ao fato de ainda existir um número pequeno de editoras no Brasil. "O tempo de análise das obras costuma ser longo, pois as editoras recebem muitas e têm dificuldades para responder aos autores. Quando há o lançamento, também ocorrem problemas com a distribuição. Isto faz com que muitas obras fiquem "encalhadas' e não cheguem ao grande público", declara.

No Paraná, a realidade é a mesma do restante do Brasil. O jornalista e escritor Dante Mendonça, que acaba de ser eleito para ocupar a cadeira de número 1 da Academia Paranaense de Letras e tem sete livros lançados, diz que o Estado ainda tem o agravante de ter poucas livrarias localizadas em cidades do interior. "Acredito que os curitibanos leem mais do que o restante dos paranaenses, pois têm mais acesso aos livros. No Estado, faltam boas editoras e os problemas relativos à distribuição também são visíveis".

Dante também critica o fato de os escritores locais não serem valorizados dentro do Estado. "A produção do Paraná é muito boa e o Estado tem escritores de peso importante inclusive na literatura nacional. Porém, muitos não são valorizados, inclusive pelos órgãos governamentais". Como exemplo da desvalorização, Dante comenta que nunca vendeu um único livro para a prefeitura de Curitiba ou para o governo do Estado. "O mais triste disso é que tenho livros que tratam de Curitiba e do Paraná".

Internet

Apesar das dificuldades, nos últimos anos a internet vem sendo considerada um instrumento de grande auxílio na divulgação literária. A ferramenta é valorizada pela grande maioria dos escritores, entre eles Cristóvão Tezza, que sempre escreveu seus livros à mão. Apenas o último, Filho eterno, e o próximo, Um erro emocional, que será lançado no próximo mês de setembro, foram escritos no computador.
"Confesso que tenho dificuldades em ler um livro na tela do computador, mas as novas gerações já são mais acostumadas com isso. Hoje, a internet tem espaços literários de grande importância. Além disso, são muitas as revistas e jornais digitais que contribuem com o hábito da leitura", declara
.

20.7.10

Infiel - Ayaan Hirsi ALi


Quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha?

À pouco escrevi um texto onde eu assumo que gostaria de sumir na obscuridão das idéias, que queria me alienar e ser feliz em minha ignorância. De repente, numa forma de fugir à minha própria vida eu mergulho num livro que me abre um outro mundo totalmente diferente e disforme, um mundo onde os homens são proibidos de pensar, onde às mulheres é reservada a obrigação de se submeter, onde “escolher” se alienar não é uma opção e sim obrigação sagrada. Um mundo onde a violência é incentivada e encontra eco num livro religioso.

Infiel não é um livro que chora as mágoas de pessoas que sofreram nas mãos do Islã, não é a história trágica de uma vítima que sobreviveu, não é uma peça de acusação nem uma desculpa. É simplesmente a história pessoal de alguém que soube inquirir, que aprendeu a pensar por si só, que seguiu suas convicções e que fez algo para mostrar ao mundo o que ela achava que era errado.

Essa pessoa poderia ser uma pessoa qualquer, poderia ser eu ou você, desde que tivéssemos a coragem de sair desse comodismo inerte em que vivemos, que conseguíssemos pensar e debater consigo mesmo para formar uma opinião consistente e que, principalmente, nos permitíssemos mudar de opinião sempre que víssemos o erro.

Essa pessoa “qualquer” se chama Ayaan Hirsi Ali, autora de Infiel. Um livro com tantas informações que me deixou com vergonha, com a sensação de estar simplesmente parada vendo o mundo rodar. Um livro que precisarei ler de novo para apreender a idéia, aprender a história e tirar minha próprias conclusões.

18.7.10

a trilogia do amor - betty milan

eu fui apresentada a literatura erótica por um estranho. sempre soube que não gostava de pornografia e acho que por isso fiquei meio preocupada em me enveredar por essas trilhas, mas quando li anais nin percebi que pornografia, vulgaridade e erotismo são coisas muuuuuito diferentes.
então, fiquei muito feliz quando ouvi falar de "a trilogia do amor". eu gostei do resumo do livro e resolvi comprar.
"a trilogia do amor" reúne 3 histórias: o sexophuro, a paixão de lia e o amante brasileiro. o que mais gostei foi o amante brasileiro, talvez porque seja o mais real de todos. o sexophuro fala de um casal que se separa depois de anos de casados e depois eles passam a ser amantes!!!!!!!! aahhhhhhh
a paixão de lia é mais fantasia. a lia fica só imaginando as situações, nada é real.
e o amante brasileiro conta a história de um casal que namora a distância. ele em paris e ela no rio de janeiro. eles trocam e-mails pra manterem o amor vivo. o final é muuuuuito bom, diferente do que pensei. real...
acho que a trilogia do amor é um bom livro pra quem quer começar o caminho da literatura erótica.

16.7.10

querido john - nicholas sparks


nicholas sparks é um especialista em histórias de amor, aquelas água-com-açúcar que quase todo mundo já leu ou vai ler pelo menos uma vez na vida. eu confesso que comprei esse livro porque ele tá super badalado, é um best-seller e eu adoro livros com nomes de pessoas, pena que ninguém nunca escreveu um livro com o meu nome.
lendo a capa e as orelhas do livro descobri que sparks escreveu "diário de uma paixão" e "um amor para recordar", livros que viraram filmes, que diga-se de passagem, eu assisti e adorei!!!!!!!!
voltando ao livro da vez, "querido john" conta história de john e savannah, dois jovens que se conhecem quando john está de licença do exército. ele se alistou porque sua vida não tinha muito sentido e, naquele momento, pareceu ser a coisa certa a se fazer. quando ele teve sua primeira licença, foi pra casa e conheceu savannha, que estava na cidade com um grupo de amigos pra trabalhar como voluntária na contrução de casas para pessoas pobres. eles se apaixonaram e, quando john voltou para o exército, eles prometeram continuar namorando por cartas, telefonemas, até que o tempo dele de alistamento terminasse, dali a 1 ano e meio.
no começo tudo foi bem, ele teve mais uma licença de duas semanas, onde eles ficaram juntos e ela perdeu a virgindade com ele e blá, blá, bla. adiantando a história, quando john estava quase voltando de vez pra casa, aconteceu "o 11 de setembro" e ele se realistou no exército por mais 2 anos!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! no começo ela entendeu, afinl foi "o 11 de setembro", mas como eu sabia, amores a distância não funcionam. ela se apaixonou pelo seu melhor amigo, que john conhecia, e se casou com ele. ela terminou o relacionamento com john por carta, quando ele estava servindo no iraque. ele se realistou de novo novamente. os anos passaram e o pai de john morreu. ele voltou pra casa, pra cuidar do enterro do pai e das coisas que ele havia deixado. john não resistiu e foi a casa de savannah. lá ele descobriu que tim, o marido dela, estava morrendo de câncer. ele passou uns dias com ela no hospital, ajudando na casa e dando apoio. eles perceberam que ainda se amavam, mas john sabia que nunca mais as coisas seriam iguais entre eles dois. então, quando a situação ficou insuportável, ele foi embora e vendeu a coleção de moedas raras que seu pai colecionou durante uma vida inteira, para pagar o tratamento de tim num hospital importante, desses que fazem tratamento experimental para pacientes terminais de câncer. o tim ficou bom, john e savannah se despediram de verdade, conseguiram dar adeus pessoalmente, e não por carta, como ela havia feito anos antes. savannah ficou com tim, mesmo amando john, que amava savannah.
quando assisti as adaptações dos livros de sparks, percebi que ele não vê o amor como uma história cheia de problemas que no final são resolvidos e dão espaço ao "final feliz". ele vê o amor como algo maior, mágico, único, altruísta. quando você ama alguém, ama de verdade, você quer o melhor pra pessoa, mesmo que o melhor não seja você. eu me sinto bem quando leio ou assisto as histórias de sparks. conforta-me saber que dessitir também é amar, de um jeito diferente, nem melhor, nem pior, só diferente.

A Rosa do Povo - Carlos DRUMMOND de Andrade

A poesia é diferente da história, do conto. Na história e no conto o autor 'te leva" a lugares, "te faz usar" usar a imaginação de uma forma teatral e até novelesca, como numa sala de cinema assistindo ao filme, com a liberdade das pausas e reflexões.
A poesia é deixar-se ver, verdadeira alma das palavras, numa sensibilidade que ultrapassa ao toque. E as vezes não só essa sensibilidade é participativa mas o que existe por detrás de todas as palavras.
Drummond é poesia inteligente, na primeira leitura faz sentir o "toque aveludado" da palavra, mas na segunda leitura a poesia que antes tinha toda uma beleza gramatical passa a fazer sentido cada estrofe, desvendando o mistério do "labirinto" interior que ela representa verdadeiramente.
Assim é no poema:

Os Últimos Dias

Que a terra há de comer.
Mas não coma já.

Ainda se mova,
para o ofício e a posse.

E veja alguns sítios
antigos, outros inéditos.

Sinta frio, calor, cansaço;
pare um momento; continue.

Descubra em seu movimento
forças não sabidas, contatos.

O prazer de estender-se; o de
enrolar-se, ficar inerte.

Prazer de balanço, prazer de vôo.

Prazer de ouvir música;
sobre papel deixar que a mão deslize.

Irredutível prazer dos olhos;
certas cores: como se desfazem, como aderem;
certos objetos, diferentes a uma luz nova.

Que ainda sinta cheiro de fruta,
de terra de chuva, que pegue,
que imagine e grave, que lembre.

O tempo de conhecer mais algumas pessoas,
de aprender como vivem, de ajudá-las.

De ver passar este conto: O vento
balançando a folha; a sombra
da árvore, parada num instante,
alongando-se com o sol, e desfazendo-se
numa sombra maior, de estrada sem trânsito.

E de olhar esta folha, se cai.
Na queda retê-la. Tão seca, tão morna.

Tem na certa um cheiro, particular entre mil.
Um desenho, que se produzirá ao infinito,
e cada folha é uma diferente.

E cada instante é diferente, e cada
homem é diferente, e somos todos iguais.
No mesmo ventre o escuro inicial, na mesma terra
o silêncio global, mas não seja logo.

Antes dele outros silêncios penetrem,
outras solidões derrubem ou acalentem
meu peito; ficar parado em frente desta estátua: é um torso
de mil anos, recebe minha visita, prolonga
para trás meu sopro, igual a mim
na calma, não importa o mármore, completa-me.

(...)

E a Tristeza de deixar os irmãos me faça desejar
partida menos imediata. Ah, podeis rir também,
não da dissolução, mas do fato de alguém resisti-lhe,
de outros vivem depois, de todos sermos irmãos,
no ódio, no amor, na incompreensão e no sublime
cotidiano, tudo, mas tudo é nosso irmão.

O tempo de despedir-me e contar
que não espero outra luz além da que nos envolveu
dia após dia, noite em seguida a noite, fraco pavio,
pequena ampola fulgurante, facho, lanterna, faísca,
estrelas reunidas, fogo na mata, sol no mar,
mas que essa luz basta, a vida é bastante, que o tempo
é boa medida, irmãos, vivamos o tempo.

A doença não me intimide, que ela não possa
chegar até aquele ponto do homem onde tudo se explica.

Uma parte de mim sofre, outra pede amor,
outra viaja, outra discute, uma última trabalha,
sou todas as comunicações, como posso ser triste?

A tristeza não me liquide, mas venha também
na noite de chuva, na estrada lamacenta, no bar fechando-se,
que lute lealmente com sua presa,
e reconheça o dia entrando em explosões de confiança, esque-
                                                                      [cimento, amor,
ao fim da batalha perdida.

Esse tempo e não outro, sature a sala, banhe os livros,
nos bolsos, nos pratos se insinue: Com sórdido ou potente clarão.
E todo mel dos domingos se tire;
o diamante dos sábados, a rosa
de terça, a luz de quinta, a mágica
de horas matinais, que nós mesmos elegemos
para nossa pessoal despesa, essa parte secreta
de cada um de nós, no tempo.

E que a hora esperada não seja vil, manchada de medo,
submissão ou cálculo. Bem sei, um elemento de dor
rói sua base. Será rígida, sinistra, deserta,
mas não quero negando as outras horas nem palavras
maduramente pensados, os atos
que atrás de si deixaram situações.
Que o riso sem boca não a aterrorize,
e a sombra da cama calcária não a encha de súplicas,
dedos torcidos, lívido
suor de remorso.

E a matéria se veja acabar: adeus composição
que um dia se chamou Carlos Drummond de Andrade.
Adeus minha presença, meu olhar e minhas veias grossas,
meus sulcos no travesseiro, minha sombra no muro,
sinal no meu rosto, olhos míopes, objetos de uso pessoal, idéias
                                              [de justiça, revolta e sono, adeus,
vida aos outros legada.

14.7.10

a história de fernão capelo gaivota - richard bach


hoje eu fui visitar um sebo que abriu ao lado do meu curso de inglês. encontrei uns livros legais e entre eles estava "a história de fernão capelo gaivota". é uma impressão antiga, amarelada e com uma dedicatória de 1979.
o livro conta a história de fernão, uma gaivota que queria aprender a voar. eu sempre achei que as gaivotas já soubessem voar, mas não é bem assim. fernão queria mais do que planar e pegar peixes, ele queria voar de verdade, bem alto e rápido, queria fazer acrobacias no céu e ir até onde nenhuma gaivota conseguiu chegar. mas, pra fazer isso ele precisava ir de encontro as regras de seu bando e ele foi!!!!!!! aprendeu a voar e foi expulso, banido do bando para sempre. passou muitos anos sozinho, treinando seu vôo e um dia passou para uma outra vida, onde encontrou outras gaivotas como ele, ávidas por conhecimento. ele aprendeu mais algumas coisas e resolveu voltar no tempo para ajudar outras gaivotas que assim como ele queriam voar e tinham sido banidas de seus bandos. deu aula para algumas gaivotas e voltou para sua família. mesmo não sendo bem aceito, ele não desistiu, ficou lá e atraiu outras gaivotas para suas aulas de vôo. com o tempo sua família percebeu que havia cometido um erro ao expúlsa-lo e ele continuo ensinando jovens a voar.
li esse esse livro em 2h e ele me fez pensar nos desafios que a vida nos apresenta. às vezes precisamos fazer algo que ninguém acha que devemos fazer e pagamos um alto preço por isso, pagamos um alto preço pela sede de conhecimento, por contrariarmos o comum, o "todo mundo", as regras. acho que todo mundo deveria ter um pouco de fernão capelo gaivota, todos deveriam arriscar, pagar o preço, se atirar de cabeça em um vôo perigoso, mas necessário para o crescimento de qualquer ser humano.

9.7.10

Victoria - Rosamunde Pilsher


A gente nasce, cresce, reproduz e morre com o mesmo sonho: Que no final tudo dê certo.


Apesar de toda a vida moderninha, de saia rodada e salto alto, carro próprio, emprego bom, todo mundo sonha com a vida de margarina: um amor para toda vida – no meu caso um moreno alto, bonito e sensual que me ame e eu ame também. Que a vida seja fácil, divertida, linda, feliz, sempre feliz. Que até tenha algum percalço, mas que esse termine rápido com um beijo enxugando a lágrima e à partir daí começaria o primeiro momento do resto de minha vida.

Porém nem tudo são flores, nem todo moreno é alto, nem todo alto é bonito, nem todo bonito é sensual e, estatisticamente falando, a chance de eu amar a quem me ama num mundo com bilhões de pessoas onde eu não tenho nenhum controle sobre o meu coração é um tanto quanto baixa... apesar de acontecer às vezes.

Acontece que essa foi uma semana feliz, em companhia de uma família feliz, em um momento maravilhoso e para mim esses ´´pedaços de vida´´ são o que eu chamo de felicidade.

Sendo assim, em busca de alguns outros ´´pedaços´´ eu me entreguei à Rosamunde Pilsher para viver um conto de fadas enquanto esperava meu vôo, que infelizmente não era para a Escócia.

Dúvida cruel: Porque a maioria dos romances termina no casamento?? Depois dele tudo é lindo ou o romance acaba ali?

6.7.10

Um Copo de Cólera - Raduan Nassar


Acabei de ler meu 18o livro do ano - extremamente atrasada para minha meta de 50 livros em 2010.

O que posso dizer sobre Um Copo de Cólera?

Fascinante!!! A mais perfeita descrição de um ataque de TPM masculina e de como cada um sabe aquilo que o deixa feliz - sem julgamentos alheios.

Vou precisar ler de novo para pegar melhor os detalhes daquela manhã. Mesmo assim não sei se é um livro que eu recomendaria para iniciantes ou alguém não tão apegado aos prazeres da leitura.

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"... e estava assim na janela, quando ela veio por trás e se enroscou de novo em mim, passando desenvolta a corda dos braços pelo meu pescoço, mas eu com jeito, usando de leve os cotovelos, amassando um pouco seus firmes seios, acabei dividindo com ela a prisão a que estava sujeito, e, lado a lado, entrelaçados, os dois passamos, aos poucos, a trançar os passos, e foi assim que fomos diretamente pro chuveiro."


"O corpo antes da roupa", afirma o personagem de Um copo de cólera ao narrar o que acontece numa manhã qualquer, depois de uma noite de amor, quando a aparente harmonia entre ele e sua parceira se rompe de repente. Tensa, contundente, a linguagem de Um copo de cólera alcança tal intensidade e vibração que faz desta narrativa uma obra singular da literatura brasileira, um clássico dos nossos tempos

Sinopse. (http://www.skoob.com.br/livro/4975)

5.7.10

O que cabe em duas malas - Veronika Peters


2:20 da manhã e mais uma vez eu me perco noite adentro por causa de um livro. Dessa vez eu estava em uma viagem interior, num convento na Bavária.


O que cabe em duas malas? Acabei de meu mudar e nesses últimos 2 meses tenho justamente me perguntado por que ou para que juntamos tanta coisa. E ao mesmo tempo, enquanto tento encontrar lugar para meus pertences nesse apartamento sem armários, faço planos de mais aquisições. Até que ponto é necessidade e até que ponto é vaidade ou consumismo puro?


Se hoje, por algum motivo qualquer (que eu secretamente desejaria que fosse um motivo específico), eu precisasse ir com apenas duas malas... o que cabe em duas malas? O que eu deixaria para trás? O que já está enraizado em mim?


Sim, eu queria ser mais humilde e simplista. Não, não sou egoísta e tento distribuir coisas que não uso ou que são mais úteis para outras pessoas, mesmo assim ainda tenho um grande apego material às MINHAS coisas. Funciona como se cada ítem me lembrasse como e onde foi obtido. É como se a história de cada um fosse mais importante que a coisa em si, pois essa história é a minha história, são pedaços da minha vida e ... bom, está soando como desculpa para eu continuar acumulando coisas.


“Nada de garantias, nada de velharias” - frase do livro.


Ainda estou em busca de minhas próprias respostas e como exercício interior farei um levantamento: O que eu levaria em apenas 2 malas???


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"O que faz uma jovem comum abandonar casa, carro, emprego, amigos e um candidato a namora, para entrar num mosteiro? Quem são as pessoas que ela encontra lá dentro? O que sobra de nós no silêncio, longe do burburinho das ruas, da diversão e das expectativas sociais? "


Sinopse retirada da capa do livro.

27.6.10

trilogia millennium - stieg larsson




fiquei sabendo da existência de larsson pela cris. ela me indicou o primeiro livro da trilogia millennium e eu aceitei a indicação [ainda bem!!!]. a trilogia é formada por "os homens que não amavam as mulheres", "a menina que brincava com fogo" e "a rainha do castelo de ar". larsson é muito famoso e já vendeu milhões de livros. o primeiro livro já virou filme e chegou ao brasil esse ano. tudo seria perfeito se não fosse por um detalhe: ele morreu em 2004, quando estava escrevendo o quarto livro da série. pelo que entendi ele escreveria vários livros da série millennium, mas infelizmente ele teve um ataque cardíaco e interrompeu o seu trabalho para sempre.

cada livro tem entre 500 e 600 páginas e eu li os três em 10 dias. larsson escreveu mistérios policiais, ele criou conspirações, escreveu histórias que nos prendem, que nos fazem querer ler mais e mais. um livro puxa o outro e quando eu terminei o terceiro, senti um vazio enorme por não saber como a história continuaria.

apesar de ter adorado todo o suspense, a adrenalina, as conspirações, os romances, o que mais gostei na trilogia foi a forma como larsson abordou temas como a amizade, o respeito as diferenças e aos diferentes, o amor, a lealdade, a confiança e a gratidão. muitos desses valores foram abandonados pela sociedade e larsson resgata tudo isso de forma brilhante em seus livros.

recomendo a trilogia para quem está procurando uma leitura interessante e atraente. mas, não esqueça que não tem um final e que a série millennium "é viciante".


p.s.: quem quiser comprar os livros por um valor acessível passe na estante virtual. é um excelente site de livrarias e sebos.

25.6.10

DEMIAN - HERMANN HESSE

A alma da obra, está na descoberta do seu próprio eu. A juventude de um sujeito é feita de descobertas internas, encontrar meios, para desvendar os mistérios da vida, a formação da personalidade. Demian é livro de descobertas, e apesar de ser escrito em 1919, é extremamente contemporâneo para qualquer jovem. Uma mistura de mística, psicologia, revolução, o livro aborda de uma forma complexa a busca pelo "eu" de Emil Sinclair. Nessa busca interna o personagem desvenda aos poucos que Max Demian o seu amigo que encontra em várias fases de sua jornada é o seu guia, sua chave para cada passagem de suas respostas que aos poucos se enche de perguntas.
Esse livro, deveria fazer parte das leituras obrigatórias das escolas, pois mostra um lado do jovem que não existe mais, e se existe são poucos que exploram. Dar importância, para as perguntas que fazemos diariamente ao longo da adolescência, é uma crise, que poucos sabem como administrar. Se deixar levar por modismos, travessuras da idade, as leva o indivíduo a perder-se para o resto da vida. Este livro é a chave, disso, é um guia uma "luz", para encontrar as "respostas" e dedicar-se ao interno, seguindo e encontrando uma forma menos lúcida dos questionamentos de uma vida inteira.

"(...) A vida de todo ser humano é um caminho em direção a si mesmo, a tentativa de um caminho, o seguir de um simples rastro. Homem algum chegou a ser completamente ele mesmo; mas todos aspiram a sê-lo, obscuramente alguns, outros mais claramente, cada qual como pode. Todos levam consigo, até o fim, viscosidades e cascas de ovo de um modo primitivo. Há os que não chegam jamais a ser homens, e continuam sendo rãs, esquilos ou formigas. Outros que são homens da cintura para cima e peixes da cintura para baixo. Mas, cada um deles é um impulso em direção ao ser. Todos temos origens comuns: as mães; todos proviemos do mesmo abismo, mas cada um - resultado de uma tentativa ou de um impulso inicial - tende a seu próprio fim. Assim é que podemos entender- nos uns aos outros, mas somente a si mesmo pode cada um interpretar-se."  (pág. 6 - DEMIAN - HERMANN HESSE - ed.14ª)