Tenho a impressão que voltei no tempo. Lembro de mim, garotinha da capital estreando na vida do interior, encolhida entre a grade de segurança e a cortina de saída do trailler. Ali estava por ser curiosa. Ale me deixavam por ser filha de “autoridade” - ‘faremos tudo que seu mestre mandar? Faremos todos! ‘ - mesmo que ‘seu mestre’ não mandasse nada. “Essa é Monga, a incrível mulher-gorila. Ela se MOVIMENTA, mostrando que é viva e real” A entonação da voz mutante do narrador do espetáculo se mistura com a voz cadenciada de Dona Filó da esquina, que hoje, quando me vê, repete para quem quiser ouvir: “ vô acendê umas vela que é procê arrumá um marido rápido”. Também ouço o canto triste de Adriana Lúcia pendurando roupa e as histórias da minha tia que tem uma amiga cujo marido fez alguma coisa relativa ao assunto em questão - independente de qual for o assunto.
“Calma Monga! Não! Não faça isso Monga... Monga... Meu Deus!” Me encolho mais para não ser atropelada pelo público assustado, e ainda assim consigo olhar no fundo dos seus olhos de gorila. Eu descobri o segredo e agora estamosaqui, eu e Monga, de volta à Minas, sem muita diferença entre o antes e o agora. Uma seleção de contos com o mais gostoso estilo mineiro. Parabéns José Rezende pelo poder de nos fazer viajar! |
23.9.10
A Mulher-Gorila e outros demônios - José Rezende Jr.
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3 comentários:
Contos regionais, são uma delícia mesmo. O encontro de tudo, das nossas referências. E lendo, nos sentimos tão íntimos, que praticamente, a sensação da leitura, é como se fosse contada por alguém, como você citou. Fora, todas a linguagem tem as gírias, as palavras, totalmente própria do lugar. Beijos
oi cris, o livro parece ser muuuito legal!!!!! vou colocar na minha lista. menina, ando tão atarefada que nem tô lendo nada agora. mas logo, logo eu arrumo um tempo!!!! bjsss
Katy, Pois eu acho que nunca li tanto , ou pelo menos isso não acontecia há muito, muito, muito tempo.
Bel, é exatamente o que senti lendo esse livro
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