Normalmente se diz, que antes deve-ser ler o livro e depois o filme não é? Pois para o livro que conta às histórias e a história da bossa nova, tem que se pelo menos conhecer as principais músicas que fizeram desse movimento, uma das maiores manifestações musicais e de comportamento no Brasil.
No dia 13 de dezembro de 2002, sei lá porque, entrei numa livraria e decidida a comprar “Ela é Carioca” do Ruy Casto, um dicionário sobre Bossa Nova. Na pesquisa do livro, me deparei na estante com “Chega de Saudade”, do mesmo autor. Comprei na hora, e deixei por algum tempo, na prateleira de casa, esperando, esse momento sublime, da leitura.
Quando se fala em Bossa Nova, lembra-se automaticamente de Vinicius de Moraes, Tom Jobim e João Gilberto. O que não se sabe é que por trás deles vem uma turma enorme de músicos, alguns deles tristemente esquecidos, mas lembrados no mundo inteiro.
Uma geração, que se encontrou e deu uma ‘cara’ nova para a música e o cenário de um país, que só era lembrado pelo Zé-Carioca, e as bananas e abacaxis de Carmem Miranda.
O encontro dessa turma, com Tom, Vinicius e João Gilberto, não seria uma simples casualidade do destino, mas uma força maior, divina é claro, mas também uma forma de dar idéia nova dos boleros tristes e melancólicos que antes eram escutados.
Desde do primeiro disco, com Elizete Cardoso, onde se pode constar à batida da bossa nova (criada por João Gilberto) e a música e as letras de Newton Mendonça, Tom Jobim, Vinicius de Moraes, e os encontros musicais no apartamento de Nara Leão com Ronaldo Bôscoli, Menescal, Carlinhos Lyra, entre outros, tudo se foi encaminhando para uma harmonia de música, letra, otimismo, amor, simplicidade resultando numa sofisticação reconhecida no mundo inteiro (e escutada e vendida, mais lá fora do que aqui.).
A bossa nova foi muito mais que a “Garota de Ipanema”, estampou eslogans de refrigeradores, construções, e todo e qualquer coisa que desse (se é que possível) uma ‘roupagem’ BOSSA NOVA; Servindo até pro presidente da época Juscelino.
Sou suspeita em falar, num movimento e estilo musical do qual amo, mas acho que a Bossa Nova é algo além de ser ‘classudo’ e sofisticado, pode ser criado-recriado sempre. Não se limita só no violão e na batida de João Gilberto, e muito menos no piano de Tom Jobim. É algo que se pode misturar com todo tipo de ritmo, pode-se dar cara nova e altamente contemporânea como fez Cazuza em “Faz parte do meu show” ou regrado com um toque ou não de jazz por Norah Jones.
E por pouca, ou não sensibilidade de quem se quiser dar o prazer de escutar, o “Samba de uma nota-só”, “Chega de saudade” ou o “Samba-da benção” verá nas entrelinhas o que eu e tantos outros viram, a beleza simples e suave que permanecerá pra sempre.
PS.: Vou ficar louca de saudade da leitura desse livro, ma-ra-vi-lho-so!