29.8.10

Prata do Tempo - Letícia Wierzchowski

Quando pego um livro para ler, acontece todo um ritual. Nunca olho quantas páginas tem, não gosto de ler a orelha com medo de ler algo que crie algum tipo de preconceito que me atrapalhe a leitura. Passo um tempo analisando a capa do livro, respiro fundo e fecho os olhos um pouco antes de abri-los novamente para a primeira linha.


Dramático não? Sim! Mas é exatamente assim: eu vivo o drama, eu sinto o drama, eu rio e choro, sofro, brigo, dou gargalhadas. Eu viajo, conheço o mundo, conheço amores, conheço vidas.


Talvez por estar numa fase mais circunspecta, talvez pela quantidade de livros lidos, talvez pelos comentários à respeito... Quando Prata do Tempo chegou eu me retraí. Já tinham sido 8 livros no mês e eu precisava de um livro que me arrebatasse. Que me tirasse de casa e me fizesse viver uma história que não era a minha, que me desse um outro foco.


Durante 2 noites, as 350 páginas me levaram para uma casa de 1000 portas que abrigou as histórias de amores com princípio, meio e fim de diversas gerações de uma família. O ardor da narrativa e e ênfase das comparações com um certo “quê” de Garcia Marquez me deixam agora, que acabo de fechar o livro, com uma espécie de melancolia, uma saudade de algo que ainda não vi,


Outro livro nota 10 para o ano.

26.8.10

A Volta do Parafuso - Henry James



Como explicar? Eu gostei de LER o livro, mas não gostei do livro.


Ele chegou até mim como sendo um livro de mistério e eu, que esperava um livro policial, me deparei com uma espécie branda de terror psicológico. Justo eu que não gosto nem de terror, nem de “psicológicos”.


Sim, eu li até o final com aquela curiosidade natural de se conhecer o fim - fim esse que mesmo lido, não foi conhecido - ou compreendido - o que é mais provável. Li com desinteresse, devo confessar.


Reconheço a originalidade do roteiro principalmente quando se leva em conta a época em que foi escrito. E para sorte do autor, descobri que minha opinião é apenas parte de uma minoria: o livro foi parar em Hollywood e se tornou o clássico “Os Inocentes”.

24.8.10

CHEGA DE SAUDADE - A HISTÓRIA E AS HISTÓRIAS DA BOSSA NOVA - RUY CASTRO.



Normalmente se diz, que antes deve-ser ler o livro e depois o filme não é? Pois para o livro que conta às histórias e a história da bossa nova, tem que se pelo menos conhecer as principais músicas que fizeram desse movimento, uma das maiores manifestações musicais e de comportamento no Brasil.
No dia  13 de dezembro de 2002, sei lá porque, entrei numa livraria e decidida a comprar “Ela é Carioca” do Ruy Casto, um dicionário sobre Bossa Nova. Na pesquisa do livro, me deparei na estante com “Chega de Saudade”, do mesmo autor. Comprei na hora, e deixei por algum tempo, na prateleira de casa, esperando, esse momento sublime, da leitura.
Quando se fala em Bossa Nova, lembra-se automaticamente de Vinicius de Moraes, Tom Jobim e João Gilberto. O que não se sabe é que por trás deles vem uma turma enorme de músicos, alguns deles tristemente esquecidos, mas lembrados no mundo inteiro.
Uma geração, que se encontrou e deu uma ‘cara’ nova para a música e o cenário de um país, que só era lembrado pelo Zé-Carioca, e as bananas e abacaxis de Carmem Miranda.
O encontro dessa turma, com Tom, Vinicius e João Gilberto, não seria uma simples casualidade do destino, mas uma força maior, divina é claro, mas também uma forma de dar idéia nova dos boleros tristes e melancólicos que antes eram escutados.
Desde do primeiro disco, com Elizete Cardoso, onde se pode constar à batida da bossa nova (criada por João Gilberto) e a música e as letras de Newton Mendonça, Tom Jobim, Vinicius de Moraes, e os encontros musicais no apartamento de Nara Leão com Ronaldo Bôscoli, Menescal, Carlinhos Lyra, entre outros, tudo se foi encaminhando para uma harmonia de música, letra, otimismo, amor, simplicidade resultando numa sofisticação reconhecida no mundo inteiro (e escutada e vendida, mais lá fora do que aqui.).
A bossa nova foi muito mais que a “Garota de Ipanema”, estampou eslogans de refrigeradores, construções, e todo e qualquer coisa que desse (se é que possível) uma ‘roupagem’ BOSSA NOVA; Servindo até pro presidente da época Juscelino.
Sou suspeita em falar, num movimento e estilo musical do qual amo, mas acho que a Bossa Nova é algo além de ser ‘classudo’ e sofisticado, pode ser criado-recriado sempre. Não se limita só no violão e na batida de João Gilberto, e muito menos no piano de Tom Jobim. É algo que se pode misturar com todo tipo de ritmo, pode-se dar cara nova e altamente contemporânea como fez Cazuza em “Faz parte do meu show” ou regrado com um toque ou não de jazz por Norah Jones.
E por pouca, ou não sensibilidade de quem se quiser dar o prazer de escutar, o “Samba de uma nota-só”, “Chega de saudade” ou o “Samba-da benção” verá nas entrelinhas o que eu e tantos outros viram, a beleza simples e suave que permanecerá pra sempre.

PS.: Vou ficar louca de saudade da leitura desse livro, ma-ra-vi-lho-so!

15.8.10

O Caçador de Pipas - Khaled Hosseini



não sei porque demorei tanto tempo pra começar a ler esse livro. lembro que adorei o filme, que já vi há algum tempo. passava pelas livrarias e sempre via o livro laranja com uma pipa na capa,mas não me animava em comprar, e olha que nem era caro. mas, na última semana dessas férias eu fiz diferente. o livro estava lá e eu o comprei.
acredito que vocês já viram o filme, que é ótimo. mas o livro é 1000 vezes melhor. conta uma história de amizade, honra, coragem, lealdade e amor entre duas famílias, a de Hassan e a de Amir, que se descobre no final, são da mesma família.
confesso que fiquei indignada com a atitude de Amir, a de ficar parado, asssistindo seu amigo ser violentado. ele não fez nada pra ajudar, e se sentui tão culpado por isso que continuou cometendo erros que mudaram a sua vida e a de Hassan para sempre.
mas, depois de duas décadas, Amir teve a oportunidade de tornar-se bom de novo, e é aí que um covarde transformou-se no mais corajoso dos homens, porque ter coragem não significa não ter medo, mas significa fazer a coisa certa apesar de todo o medo que estiver sentindo.
o caçador de pipas é um livro para quem acredita em segundas chances, para quem quer se tornar bom de novo.
"Por você, faria isso mil vezes!"