9.1.12
Um Dia - David Nicholls
10.10.11
Dicas
Faz tempo que não escrevo aqui, mas isso não quer dizer que não tenho lido. Ao contrário, estou lendo compulsivamente. Já reparei que ler é meio que como uma fuga pra mim. Se eu estou bem, leio. Se não estou bem, leio mais ainda.
Quero deixar três dicas de leitura.
1- Mirian Goldenberg: conheci essa autora por pura coincidência. Nunca tinha ouvido falar dela até que comprei um livro na estante virtual, chamado Infiel, de Ayaan Hirsi Ali. Tudo certo com a compra, só que o livro que chegou à minha casa foi Infiel, de Mirian Goldenberg. O vendedor se dispôs a trocar o livro, mas eu resolvi pagar por ele também, e não me arrependi.Mirian é antropóloga e escreve sobre gênero. Na universidade, conhecia um grupo de estudos que debatia gênero, mas sempre achei chato. Lendo o texto de Mirian, mudei completamente de opinião. Ela aborda a questão da mulher, dos grupos minoritários, estigmatizados,... Já comprei outros três livros dela, e recomendo pra quem gosta desse assunto.
2- Infiel, de Ayaan Hirsi Ali: O livro de Ayaan chegou à minha casa, finalmente. Ele foi recomendado pela Cris, e eu sempre sigo as recomendações literárias dela, porque são ótimas. Infiel conta a história de uma mulher da Somália que foi criada nos costumes mulçumanos. Acontecem inúmeras coisas na vida dela, que não caberiam nesse port. Mas, resumindo, ela foge para Holanda, onde se torna deputada. Depois vai para os Estados Unidos, pois foi ameaçada de morte por alguns mulçumanos, que mataram um de seus melhores amigos, pois ele fez um filme criticando alguns pontos dos costumes mulçumanos. Ayaan entrou pra minha lista de “heróis”. Ela tinha tudo pra viver se lamentando da vida, mas não perdeu tempo com isso. Foi à luta e venceu. Não importa se um dia a ameaça de morte vai ser cumprida. Ela venceu e, pode não ter mudado a vida de todos que gostaria, mas ela fez mais do que muita gente em uma vida inteira.
3- Luiz Alfredo Garcia-Roza: Outra recomendação da Cris, Garcia-Roza já ganhou vários prêmios e foi publicado em nove países. Até agora eu só li “O silêncio da Chuva”, mas outros três livros dele já estão a caminho de casa.“O silêncio da chuva” é um livro policial, com suspense, romance, ação,... Eu comparei um pouco com os livros do Stieg Larsson, que amo de paixão!!!! Acho que ele pecou um pouco no final, podia ter desenvolvido mais algumas histórias dentro do romance, mas, ninguém é perfeito. Adorei o detetive Espinosa, personagem que desvenda os crimes. Ele não é como os mocinhos comuns das histórias. Faz mais um estilo” cafa”, mas muito profissional, correto. Vou me encontrar com ele em outras páginas.
9.10.11
O mundo pós-aniversário, de Lionel Shriver
Dejavu é o nome que se dá àquela sensação de já ter visto ou vivido alguma coisa. E quanto à sensação de já ter SENTIDO algo?
Essa sou eu ao terminar de ler O Mundo Pós-Aniversário, de Lionel Shriver. Definitivamente eu não vivi a mesma história, mas eu senti a mesma coisa. E agora, pensando com um pouco mais de imparcialidade eu me pergunto, quem não sentiu?
No livro, a heroína se vê em um daqueles momentos cruciais da vida onde uma escolha é literalmente um divisor de águas. Ou vai ou racha. A opção por um único lado do muro. O ser ou o não ser. A escolha que não volta atrás.
De uma maneira inteiramente nova (para mim, pelo menos) a autora conduz os dois lados da história. A sorte foi lançada e todas as consequências vieram à tona. Ela (a heroína) não sabe exatamente o que deixou para trás, mas nós sabemos, nós acompanhamos, paralelamente, e em tempo real.
Mas além de toda a maestria da autora em levar simultaneamente duas histórias (como se já não fosse suficientemente difícil escrever um único romance), o incrível é que apesar de achar que seria óbvio pensar em todas as minhas própria escolhas irrevogáveis, eu só consegui me concentrar em como parecia que ela estava lendo meu coração de um tempo atrás. E, principalmente, como ela poderia descrever um estado de espírito tão idêntico ao meu, mas ligado á uma história tão diferente da minha.
A heróina fez sua escolha, nós fomos brindados com as duas continuações, sem a frustração de não saber como teria sido o outro caminho, mas a mim... bem, eu respondi minha pergunta:
Qual o nome que se dá à sensação de já ter SENTIDO algo? Eu dou o nome de carapuça!
25.9.11
1808 - Laurentino Gomes
Eu poderia, ter escolhido, qualquer outro livro, na feira do livro de porto alegre.
Era véspera de meu aniversário, e estar naquela orgia literária, ao meu dispor, mechia demais com a minha ânsia infantil, diante da livre escolha.
Há algumas semanas antes, escutava no rádio, que Laurentino Gomes estava na feira, para uma sessão de autógrafos, e para entrevistas sobre a trilogia dos livros, que havia escrito.
Era sucesso de vendas e crítica. O resporter que o entrevistava, comparava-o com Erico verissimo da história, sendo também o jornalista desta também.
Meus ouvidos atentos, sobre o que dizia sobre o livro, fiquei eufórica, para tê-lo em mãos, e saborear a leitura.
Na feira o livro, era destaque em todas as bancas. O preço acessível. Comprei sem exitar.
Quando começei a ler, vi já de antemão, que a linguagem usada, era das melhores. Um jornalista, contando história, que era o relato verdadeiro.
Uma conversa informal básicamente, com detalhes curiosos de como o Brasil, iniciou a sua 'trajetória'com a chegada da família real portuguesa.
Sem meias palavras, o autor mostra fielmente o que foi o Brasil. Como o bonachão Dom João escapou de napoleão, e que vejo pela primeira vez alguém mostrar um lado inteligente do príncipe que passou sempre pela história como o maior medroso da 'parada'.
A chegada da família Real no Brasil foi dada por 'impulsos' de um destino adiado, mas que em seu benefício, veio a calhar na melhor hora. Fugindo de napoleão e com a ajuda da corte inglesa, esta visando os melhores benefícios, Dom João chegou ao Brasil, para mudar e transformar toda uma nação!
Longe de ser aquilo que imaginavámos em nossos pensamentos luxuosos, a viagem e toda a extrutura que o Brasil lhe oferecia era algo de tal precariedade, que as pinturas feitas por artistas vindos da europa usaram até de uma gentileza (mesmo retratando algumas cenas substanciais do cotidiano brasileiro) como pano de fundo as belezas naturais do país.
O Brasil (lendo este livro) mostra-me que sua 'ordem e progresso' é demasiada lentidão e se dá por uma 'pausa' em relação a sua proposital não-manifestação e o domínio obrigado do não intelectualismo e liberdade de expressão entre a própria educação, absolutamente desde aquela época. Não só isso, mas vivia-se em período praticamente (quase idade-média), com inquisições, exageros do catecismo por padres que já mantinham a autoridade em terras lusitanas a ponto de cometer verdadeiros absurdos que respinguavam nas decisões da corte portuguesa.
Isso explica, o porque de tantas igrejas católicas em cada bairro deste país, dentro de cada cidade. Sim, Portugal, era o país mais carola da Europa!
E se Carlota Joaquina tivesse conseguido, tomar o poder, diante de tantos golpes (todos derrotados) sobre seu marido? O Brasil teria virado outro, talvez mais moderno, pois Carlota não medrosa e muito menos carola. Mas a história quis assim. Também mudando a paisagem de um Rio janeiro que se hoje sofre consequências catastróficas da natureza, é porque nessa época desvalorizaram o que tinha de mais lindo: Suas belezas naturais, cometendo o que seria hoje, crime ambiental hediondo!
E o que dizer sobre os escravos? Pois este autor, explica o que não lemos nos livros de história. O ser humano, era tratado pior que bicho! Lamentável e triste!
Livro, pra aprender e esclarecer, de leitura viciante!
18.9.11
Quarto, de Emma Donoghue
Eu lembro que teve um período em que casos como o de Natascha Kampusch começaram a aparecer com frequência na mídia.
Mulheres que foram mantidas em cárcere privado por anos, muitas vezes sendo estupradas, engravidando e tendo seus filhos no cativeiro, sem ajuda de ninguém. Esses filhos cresceram no cárcere com suas mães, sem tomar conhecimento do mundo existente do lado de fora.
Quarto conta a história de mais uma Natascha, mas pela voz de um garoto de cinco anos. Uma criança que nasceu no Quarto, o lugar pra onde sua mãe foi levada, aos 19 anos, após ser sequestrada.
Jack é um menino incrível, e ler a história pela voz dele torna tudo mais intenso.
Sua mãe faz de tudo pra que ele não perceba o que está acontecendo. Até os seus cinco anos, ele não sabe que está preso num cativeiro com sua mãe, pensa que as coisas que vê na TV são de um mundo inventado, que não existe. Tudo o que é real para ele está no Quarto.
Mas, o tempo de sua mãe está acabando. Ela não pode mais, depois de sete anos trancada ela começa a perceber que precisa sair, ou vai enlouquecer. Eles armam um plano de fuga, que dá certo. Mas, quando finalmente estão do lado de fora, ela e Jack sentem-se mais prisioneiros do que nunca. Ele tem que aprender tudo sobre um mundo novo, que é jogado em seus braços de uma única vez. E sua mãe tem que reaprender a conviver com as pessoas, a viver do lado de fora do Quarto.
A história é humana e emocionante. Recomendo!