10.10.11

Dicas

Faz tempo que não escrevo aqui, mas isso não quer dizer que não tenho lido. Ao contrário, estou lendo compulsivamente. Já reparei que ler é meio que como uma fuga pra mim. Se eu estou bem, leio. Se não estou bem, leio mais ainda.

Quero deixar três dicas de leitura.

1- Mirian Goldenberg: conheci essa autora por pura coincidência. Nunca tinha ouvido falar dela até que comprei um livro na estante virtual, chamado Infiel, de Ayaan Hirsi Ali. Tudo certo com a compra, só que o livro que chegou à minha casa foi Infiel, de Mirian Goldenberg. O vendedor se dispôs a trocar o livro, mas eu resolvi pagar por ele também, e não me arrependi.Mirian é antropóloga e escreve sobre gênero. Na universidade, conhecia um grupo de estudos que debatia gênero, mas sempre achei chato. Lendo o texto de Mirian, mudei completamente de opinião. Ela aborda a questão da mulher, dos grupos minoritários, estigmatizados,... Já comprei outros três livros dela, e recomendo pra quem gosta desse assunto.

2- Infiel, de Ayaan Hirsi Ali: O livro de Ayaan chegou à minha casa, finalmente. Ele foi recomendado pela Cris, e eu sempre sigo as recomendações literárias dela, porque são ótimas. Infiel conta a história de uma mulher da Somália que foi criada nos costumes mulçumanos. Acontecem inúmeras coisas na vida dela, que não caberiam nesse port. Mas, resumindo, ela foge para Holanda, onde se torna deputada. Depois vai para os Estados Unidos, pois foi ameaçada de morte por alguns mulçumanos, que mataram um de seus melhores amigos, pois ele fez um filme criticando alguns pontos dos costumes mulçumanos. Ayaan entrou pra minha lista de “heróis”. Ela tinha tudo pra viver se lamentando da vida, mas não perdeu tempo com isso. Foi à luta e venceu. Não importa se um dia a ameaça de morte vai ser cumprida. Ela venceu e, pode não ter mudado a vida de todos que gostaria, mas ela fez mais do que muita gente em uma vida inteira.

3- Luiz Alfredo Garcia-Roza: Outra recomendação da Cris, Garcia-Roza já ganhou vários prêmios e foi publicado em nove países. Até agora eu só li “O silêncio da Chuva”, mas outros três livros dele já estão a caminho de casa.“O silêncio da chuva” é um livro policial, com suspense, romance, ação,... Eu comparei um pouco com os livros do Stieg Larsson, que amo de paixão!!!! Acho que ele pecou um pouco no final, podia ter desenvolvido mais algumas histórias dentro do romance, mas, ninguém é perfeito. Adorei o detetive Espinosa, personagem que desvenda os crimes. Ele não é como os mocinhos comuns das histórias. Faz mais um estilo” cafa”, mas muito profissional, correto. Vou me encontrar com ele em outras páginas.

9.10.11

O mundo pós-aniversário, de Lionel Shriver


Dejavu é o nome que se dá àquela sensação de já ter visto ou vivido alguma coisa. E quanto à sensação de já ter SENTIDO algo?


Essa sou eu ao terminar de ler O Mundo Pós-Aniversário, de Lionel Shriver. Definitivamente eu não vivi a mesma história, mas eu senti a mesma coisa. E agora, pensando com um pouco mais de imparcialidade eu me pergunto, quem não sentiu?

No livro, a heroína se vê em um daqueles momentos cruciais da vida onde uma escolha é literalmente um divisor de águas. Ou vai ou racha. A opção por um único lado do muro. O ser ou o não ser. A escolha que não volta atrás.

De uma maneira inteiramente nova (para mim, pelo menos) a autora conduz os dois lados da história. A sorte foi lançada e todas as consequências vieram à tona. Ela (a heroína) não sabe exatamente o que deixou para trás, mas nós sabemos, nós acompanhamos, paralelamente, e em tempo real.

Mas além de toda a maestria da autora em levar simultaneamente duas histórias (como se já não fosse suficientemente difícil escrever um único romance), o incrível é que apesar de achar que seria óbvio pensar em todas as minhas própria escolhas irrevogáveis, eu só consegui me concentrar em como parecia que ela estava lendo meu coração de um tempo atrás. E, principalmente, como ela poderia descrever um estado de espírito tão idêntico ao meu, mas ligado á uma história tão diferente da minha.

A heróina fez sua escolha, nós fomos brindados com as duas continuações, sem a frustração de não saber como teria sido o outro caminho, mas a mim... bem, eu respondi minha pergunta:

Qual o nome que se dá à sensação de já ter SENTIDO algo? Eu dou o nome de carapuça!